sexta-feira, 18 de agosto de 2017

DICAS LITERÁRIAS >> Livros são alimento para o cérebro.


Segundo Ítalo Calvino, um dos mais importantes escritores europeus, “Um clássico é um livro que nunca terminou de contar o que tem a dizer”. De certa forma, estas obras nunca terminaram, efetivamente, de transmitir sua mensagem. Elas permanecem atuais a cada vez que são lidas por uma nova geração.
Criamos uma lista com leituras que, além de serem obrigatórias para os principais vestibulares do país, são essenciais para entender o ser humano, seus medos e motivações. Cada título escolhido traz narrativas que dão ao público uma rica bagagem histórica, por conta do contexto no qual cada obra foi escrita. Uma coisa é certa: para cada leitor que descobre estes livros, nascem novos questionamentos e novas lições.

Confira a seleção de 7 livros nacionais para se preparar para o vestibular:

Neste clássico de Machado de Assis, o autor inova ao romper com a narrativa linear, característica da cena literária de sua época. Machado começa a história, contada em primeira pessoa, com um narrador que conta sua história depois de sua morte – que considera a si mesmo um defunto autor e não um autor defunto.  Com a ironia que tanto o popularizou, Machado de Assis traz reflexões singulares sobre a eterna luta entre ser e parecer e a essência singular de cada um versus a impressão que, incessantemente, tentamos causar nos outros. Além disso, o contexto histórico da obra nos leva a enxergar claramente os costumes e a vida social da elite carioca do século 19.


Em “O Cortiço”, lançado originalmente em 1890,  o leitor pode enxergar de forma metódica uma análise do perfil do homem morador do subúrbio do Rio de Janeiro. No entanto, o personagem principal da história é o próprio cortiço, que foi personificado pelo autor para levantar a discussão sobre o tamanho da influência do meio em que vivemos na vida dos indivíduos, tornando a obra essencial para capturar o contexto que se encontrava o Brasil no século 19.
Em A cidade e as serras, publicado em 1901, o personagem Jacinto de Eça de Queirós apresenta ao leitor razões para o tédio sentido pelo o homem moderno – que já havia sido descrito descrito em obras anteriores do autor, como O crime do padre AmaroO primo Basílio, ou em Os Maias.  Mostrando, desta forma, uma percepção ultra romântica que acompanhou a sociedade no período de transição, vivido através do desenvolvimento tecnológico no início do século 19.

A linguagem e os ditados acompanhados do realismo fantástico de Guimarães Rosa fazem desta leitura uma viagem para uma Minas Gerais que todo brasileiro tem enraizada em sua imaginação. No entanto, é essencial prestar atenção nas travessias que acompanham as histórias, da força para a sabedoria, do mal para o bem, da vida para a morte, do natural para o sobrenatural, entre outras. Guimarães utiliza elementos naturais como metáfora as várias transições que precisamos enfrentar durante a vida.

Esta obra já foi adaptada para o cinema, encenada inúmeras vezes no teatro e já conquistou leitores por todo país, mesmo muito tempo após o seu lançamento, na década de 50. A história de João Grilo e Chicó conta de forma divertida e espontânea a vida na região do nordeste brasileiro, incluindo as tradições religiosas e crenças populares, enraizadas na cultura regional. O livro agrega bastante conhecimento histórico e cultural do Brasil, abordando temas como a pobreza, a honestidade e a esperança por um futuro melhor.
Nesta obra, que foi considerada leitura obrigatória para o vestibular da Fuvest em 2013,  mostra o poeta mineiro atento aos acontecimentos políticos de sua época. “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”, escreve Drummond nos versos de abertura deste volume. “O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente”. Carlos Drummond de Andrade mostra sua faceta mais humanitária, lamentando que a sociedade mantenha os olhos fechados para o mundo, permitindo a violência – referindo-se Segunda Guerra Mundial e a ditadura de Getúlio Vargas. Além disso, o autor afirma que um dos maiores problemas é que as pessoas costumam trocar a compaixão pelo egoísmo de quem vive fechado em si mesmo em, segundo ele, um “terraço mediocremente confortável”.


Nesta história popular sobre os jovens que vivem em um trapiche abandonado, retrata a Bahia do século 20de forma dinâmica, realista e até mesmo divertida. A história conta com personagens marcantes como Pedro Bala, Dora, Sem Pernas e Gato, fazendo com que o leitor perceba a crítica do autor Jorge Amado, ao narrar a vida dos personagens de acordo com o contexto político e social da época.

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