domingo, 9 de julho de 2017

EMPREENDEDORISMO FAMILIAR >> Estudo do Sebrae mostra que empresas familiares predominam no mercado do RN



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Mais da metade das empresas de micro e pequeno porte no Brasil são familiares, ou porque tem sócios com algum grau de parentesco ou por ter alguém da família dos proprietários como funcionário. 52% dos pequenos negócios do país têm esse perfil.
No Rio Grande do Norte, as empresas com parentes representam 42% dos negócios de pequeno porte, o maior percentual registrado entre todos os estados. A constatação é de um estudo feito pelo Sebrae e divulgado nesta semana, mostrando a realidade da gestão das empresas brasileiras. O levantamento revela ainda que, curiosamente, quanto maior o porte do negócio, maior é a participação de familiares. A pesquisa, realizada no fim do ano passado, ouviu 6.617 empresários desse segmento.
O estudo indicou que um quarto dos entrevistados têm como sócio algum familiar e pouco mais de um quinto das empresas tem algum empregado que é parente de algum dos sócios da organização. Negócios entre familiares tendem a gerar uma relação de confiança, o que leva muitos empreendedores a envolver pessoas da família, seja como sócios ou mesmo como empregados.
Contudo, é fundamental ter alguns cuidados para evitar conflitos e erros históricos, como misturar o financeiro da empresa com as finanças pessoais, não remunerar adequadamente o empregado por ser um membro da família, oferecer função incompatível com o perfil profissional e conceder privilégios ao parente, em detrimento dos demais funcionários.
Familiares ou não, as empresas precisam ter boa gestão e serem inovadoras, a fim de que possam garantir competitividade. O fato de haver vínculo familiar entre seus gestores oferece vantagens às empresas, que podem ser ainda mais lucrativas devido ao interesse comum entre seus proprietários e parentes e a relação de confiança fortalecida pelos laços afetivos entre casais, pais, filhos, irmãos, avô, avó, netos, sobrinhos e até cunhados.
Exemplo de empresa tipicamente familiar, a SOS Segurança Eletrônica foi criada há 21 anos quando nasceu o primogênito do casal Ruy Júnior e Ivana Cristina, Renan Barbosa, que há apenas dois anos assumiu a responsabilidade de comandar a área comercial da empresa. Atualmente Renan desempenha um papel de liderança e define estratégias para introduzir ideias inovadoras. “Como filho, eu tenho que dar resultados em dobro e ser um exemplo para os demais funcionários”, afirma que lidera uma equipe de 15 empregados.
Para o diretor administrativo da microempresa, Ruy Júnior, a principal vantagem da empresa familiar é a relação de confiança entre seus diretores por serem membros da família, com os quais estão estabelecidos ligações fortes e laços afetivos. “Quando eu trato de um assunto sigiloso com meu filho, eu tenho a certeza de que, como diretor da empresa, ele nos resguardará. Uma confiança plena que talvez eu não tivesse ao lidar com um estranho”, exemplifica Ruy.
Os gestores da SOS Segurança Eletrônica demonstram preocupação com condução da empresa sem perder o foco no profissionalismo. “Uma empresa tem que dar resultados e os membros da família têm que responder da mesma forma ou mais do que um funcionário. É preciso trazer os resultados que a empresa precisa, até porque o desempenho da empresa impacta na renda familiar”, afirma Ruy. “E a gente tem que dar o melhor de si”, concorda Renan.
Vitor e Silvana Santos concordam que uma gestão familiar de uma pequena empresa é bastante vantajosa, porque todas as questões relacionadas ao negócio são sempre compartilhadas de forma transparente e direta. “Por sermos irmãos acho que a nossa comunicação torna as coisas mais fáceis, principalmente pela nossa afinidade”, avalia Vitor Bolivar.
Responsável pela área de produção da microempresa, Silvana Santos acredita que o fato de terem objetivos comuns e uma relação de confiança nascida no núcleo familiar, as relações de trabalho com o irmão permitem uma maior tranquilidade. “É uma parceria muito saudável, de laços fortes, mas temos tido todo o cuidado de não misturar as estações, deixando tudo bem estruturado e desenhado no papel como fluxo de caixa, margem de lucro, o que é recurso da empresa e o que não é. Nada de misturar com finanças pessoas”, adverte.
A transparência e a honestidade na comunicação entre os três gestores no ambiente de trabalho é, segundo o diretor da SOS Segurança Eletrônica, Ruy Junior, o diferencial da empresa familiar. “Nós trabalhamos de forma muito transparente, de forma que se algum dos três não tiver respondendo, será cobrado por suas faltas na função que desempenha”, atesta o empresário.
Outro diferencial destacado pelo administrador de empresas é a junção do conhecimento e a experiência adquiridos pelos fundadores da empresa, ao longo de mais de duas décadas, e as ideias inovadoras e estratégias do filho, que proporciona a transformação, inclusive mudanças dos pensamentos. “Uma junção que está dando muito certo: experiência com a inovação”, resume.
Perguntado se considera a sua remuneração compatível com a função que ocupa na empresa, Renan foi enfático: acho que poderia ganhar mais pela responsabilidade assumida por mim no Comercial, inclusive como mentor de estratégias. Mas eu sou comissionado e ganho por produção e quanto mais eu produzo, mais ganho. Uma coisa é o que pretendo e a outra coisa é o que a empresa pode me pagar”.
Responsável pela área financeira, a também administradora de empresas Ivana Cristina de Oliveira Bezerra, se considera “mais racional” no trato com as finanças da empresa.
“Aqui todos querem o bem da empresa e temos objetivos em comum. Antes de ser gestora, já trabalhei como empregada de uma empresa. Passei pelas duas experiências e acho uma vantagem, porque como fazemos parte de um núcleo familiar, queremos o benefício de todos e o sucesso da empresa” relata Ivana, que controla gastos e até os investimentos.

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