sábado, 29 de agosto de 2015

Receita para fazermos um mundo melhor!!


Resultado das políticas sociais >> Em uma geração, o Brasil muda sua situação social

Representante das Nações Unidas, Jorge Chediek elogiou os resultados das políticas sociais brasileiras. Banco Mundial e Cepal também destacaram importância do exemplo do país para que o mundo supere a pobreza
“O exemplo do Brasil é essencial, porque mostra que um país democrático, multicultural, multirracial, nos trópicos, pode mudar, em uma geração, a sua situação social”, elogiou nesta terça-feira (25) o coordenador do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Jorge Chediek. Ele 
participou, em Brasília, da abertura de Oficina Técnica que discute formas de medir a pobreza e de superá-la, em uma nova geração de políticas públicas na área social. 




O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, lembrou que o país é reconhecido internacionalmente pelos grandes avanços no combate à pobreza, independentemente do indicador utilizado. “O Banco Mundial tem aprendido muito com a experiência brasileira e tem levado a outros países com a inciativa WWP”, destacou. A plataforma World Without Poverty (WWP) apresenta as iniciativas, programas e ações desenvolvidos no Brasil e as dissemina, com o objetivo de contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU), que serão definidos no mês que vem. 

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destacou a importância dos resultados obtidos até hoje e a necessidade de evitar retrocessos e garantir o avanço na agenda social. “A análise dos indicadores sociais nos mostra que demos conta de superar a pobreza. E que podemos avançar ainda mais”, afirmou. “Temos competências para ousar, para pensar e ser criativos num debate sobre indicadores de pobreza multidimensional, que supere uma visão fragmentada.” 

A ameaça de retrocessos na agenda social na região foi tema do discurso da diretora da Divisão de Desenvolvimento Social da Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe (Cepal), Laís Abramo. “Os resultados alcançados até agora foram resultados de opções estratégicas e políticas tomadas que tinham a inclusão social, a erradicação da pobreza e da fome no centro das ações”, afirmou. “A nossa grande tarefa é garantir os efeitos dos resultados, impedir retrocessos e continuar avançando.” 

Para o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), André Calixtre, o modelo de desenvolvimento brasileiro mostrou que é possível um crescimento econômico aliado à inclusão social e à redução das desigualdades. E que o atual momento precisa de informações para ser aperfeiçoá-lo. “Neste encontro, temos desafios metodológicos para entender a pobreza e estudar como pode ser combatida.” 



Ana Nascimento/MDS www.mds.gov.br/saladeimprensa

Uma história de sucesso >> Aula Show - Grafith na UNP

A banda Grafith subiu num palco diferente, foi um misto de palestra contando a história de quase 27 anos e ainda com show do Grafithão! 



Fotos: Priscila Macedo

Cuba quase pronta para receber o Papa

Exibindo
Praça da Revolução, visita de JPII em 1998 - EPA
Havana (RV) – Havana quer estar ‘mais bonita do que nunca’: o Papa está chegando e a capital cubana se enfeita.
O  branco e o amarelo, cores que identificam o Vaticano, adornam as estruturas montadas na Praça da Revolução para a missa que será celebrada por Francisco em 20 de setembro. O Pontífice aterrissará na ilha no próximo dia 19 e permanecerá até 22.
Depois de mais de 40 dias de trabalho, cinquenta operários pintaram e deram os últimos retoques nas quatro estruturas e uma sacristia erguidas especialmente para a celebração. Francisco presidirá a missa na mesma praça em que seus antecessores João Paulo II, em 1998, e Bento XVI, em 2012, o fizeram.
O Papa terá à sua esquerda uma enorme imagem de 36 metros de seu compatriota, o revolucionário Ernesto Che Guevara, morto na Bolívia em 1967. Na mesma praça, encontra-se também o monumento dedicado ao Pai da Pátria, Jose' Martí. Estão sendo ainda montados dois enormes painéis: um Cristo, na faixada da Biblioteca Nacional, e uma colagem de fotos de gestos de caridade e misericórdia realizados pelo Papa e por Madre Teresa de Calcutá, diante do Teatro nacional.
Outros dois estrados montados na praça serão destinado à imprensa, com capacidade para cerca de 200 jornalistas, e um quarto será usado pelo coro que cantará na missa, informa a AFP.
Cerca de 4.000 convidados especiais, inclusive o presidente Raul Castro, estarão presentes na cerimônia. Espera-se a participação de centenas de milhares de cubanos.
Na tarde daquele domingo, o Pontífice visitará Raul Castro no Palácio da Revolução. Segunda-feira, dia 21, viajará de avião para Holguín, 760 km a leste de Havana, antes de partir no mesmo dia para a vizinha Santiago de Cuba.

Seu programa prossegue na ilha até o dia 22, quando embarca para os EUA.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

IFRN realiza V Festival de Música Potiguar Brasileira

Clique para ampliar a imagem
Período: 10/08 a 31/08 
Local: UFRN 
Telefone: (84) 3342-2442 e 99193-6279 
E-mail: direcaoradiotv@comunica.ufrn.br 
Está aberto o período de inscrições para o Quinto Festival de Música Potiguar Brasileira - FMPB. O evento, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através da Rádio Universitária FM, tem como objetivo  revelar, divulgar e premiar gravações de obras musicais inéditas de artistas potiguares.
 
As inscrições começaram no dia 15 de julho e prosseguem até 31 de agosto e podem ser feitas exclusivamente de forma presencial no setor de Promoção Institucional da Superintendência de Comunicação (COMUNICA), no prédio da TV Universitária.
 
Todo músico residente e atuante no estado do RN poderá se inscrever, mediante apresentação de ficha de inscrição devidamente preenchida, além dos documentos e arquivos de gravação descritos no edital do festival, disponível no site da UFRN.
 
O FMPB premia músicos e compositores nas categorias  Música Instrumental e com Letra. A seleção das composições se dá em duas fases. Na primeira, do total de inscritos, serão selecionadas pela Comissão Julgadora vinte e seis músicas, sendo treze com letra e treze instrumentais.  Na segunda, além da avaliação final da comissão, é feita a veiculação na FMU das músicas selecionadas para a votação popular.

PREMIAÇÃO
Os três primeiros colocados de cada categoria, além de passar a fazer parte da programação musical da FMU, também receberão premiação em dinheiro, sendo três mil reais para o primeiro colocado de cada categoria, dois mil reais para os segundo e mil reais para o terceiro.
 
A música vencedora pelo voto popular receberá um prêmio de 40 (quarenta) horas de gravação em um estúdio a ser escolhido pela comissão organizadora, a título de apoio cultural.
 
A cerimônia de premiação do festival acontecerá na primeira quinzena do mês novembro de 2015.

Acesso o Edital e a ficha no link:

Os documentos também podem ser baixados por meio do link abaixo.
Documento para download: Clique aqui

A maior obra para o Nordeste >> Projeto São Francisco: Governo federal conclui estação de bombeamento

O Ministério da Integração Nacional (MI) concluiu a primeira Estação de Bombeamento (EBI-1) do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O governo federal entregou a estrutura nesta sexta-feira (21/8), com o acionamento de uma motobomba. O equipamento levará a água por 45,9 quilômetros até o reservatório de Terra Nova, localizado em Cabrobó (PE). O investimento nesse trecho é de R$ 625,08 milhões.
A bomba da EBI-1 tem capacidade para elevar a água do nível do rio até 36 metros, altura similar a um edifício de 12 andares. A vazão é de 12,4 m³/segundo. O equipamento pesa aproximadamente 100 toneladas - equivalente a 100 veículos populares - com capacidade para bombear a água do São Francisco por sete quilômetros, até o primeiro reservatório, Tucutú. Em seguida, a água correrá por quatro aquedutos, até Terra Nova, segundo reservatório do Eixo Norte. A potência de cada motor é de 5,5 MW.

O reservatório Tucutú estará cheio em 39 dias, com a bomba em operação durante 16 horas diárias, cinco dias por semana. Após essa etapa, serão necessários mais 18 dias para encher o reservatório Terra Nova. Neste período, as obras da segunda Estação de Bombeamento do Eixo Norte (EBI-2) estarão em fase de conclusão.

As Estações de Bombeamento são estruturas responsáveis por elevar a água de um terreno mais baixo para outro mais alto. O Eixo Norte possui três estações distribuídas nos 260 quilômetros de extensão (EBI-1, EBI-2 e EBI-3). Elas têm capacidade para impulsionar a água 188 metros acima do nível do São Francisco - altura que pode ser comparada a um prédio de 58 andares. A previsão é de que as três estarão concluídas até o fim deste ano.

Com 6.836 trabalhadores, o Eixo Norte abrange a construção de 15 reservatórios, oito aquedutos, três túneis, canais, além das três estações elevatórias. Os testes fazem parte da pré-operação da obra e são iniciados a partir da conclusão das estruturas do projeto. A etapa engloba a verificação dessas estruturas, antes do recebimento definitivo das águas do São Francisco. Nessa fase, além do funcionamento da bomba, são monitorados os sistemas elétricos e de telecomunicações, painéis, válvulas e motores, que compõem a estação elevatória.

Preservação do rio
As ferramentas de simulação hidrológica utilizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) mostraram que o projeto pode captar 26,4 m³/s, mesmo em períodos muito secos. Isso representa 1,4% da vazão média do rio, ou seja, duas colheres de sopa para cada litro d'água despejado no mar. Na cheia, a captação pode chegar a 127 m³/s, sem prejudicar o rio.

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) aponta que o projeto é a alternativa estrutural mais consistente para o fornecimento adequado de água à região. Foram realizados diversos estudos e avaliações técnicas em conformidade com as diretrizes do Plano Decenal da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, concluído pela ANA.

O Ministério da Integração Nacional, por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), já investiu cerca de R$ 1,7 bilhão em ações de revitalização do rio. O valor total aprovado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é de R$ 2,5 bilhões.

Projeto São Francisco 
A integração do Rio São Francisco vai garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Dados de julho apontam 77,8% de avanço físico da obra, com 9.980 trabalhadores contratados nos dois eixos. Mais de três mil equipamentos estão em operação.

O projeto é composto por 477 quilômetros de extensão, organizados em dois eixos de transferência de água: Norte, com 260 quilômetros, e o Leste, com 217. As obras do projeto serão entregues a partir deste ano, com previsão final entre dezembro de 2016 e início de 2017.


Ao mesmo tempo em que busca garantir o abastecimento de água dos grandes centros urbanos da região, como Fortaleza (CE), Juazeiro do Norte (CE), Crato (CE), Mossoró (RN), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), e de centenas de pequenas e médias cidades do semiárido, o projeto beneficiará as comunidades localizadas às margens dos dois eixos (Norte e Leste). 

Um astro de primeira grandeza >> Mujica na UERJ: A esperança necessária

Um encontro de jovens com o ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, lotou o anfiteatro – também conhecido como Concha Acústica – da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) na noite desta quinta-feira (26). 
O evento terminou às 20h30 e Mujica se despediu tirando uma foto à frente dos quase 5 mil participantes que estiveram no local.
"Os estudantes tem que se dar conta que não é só uma mudança do sistema, é uma mudança de cultura, é uma cultura civilizatória. E não tem como sonhar com um mundo melhor se não gastar a vida lutando por ele. Temos que superar o individualismo e criar consciência coletiva para transformar a sociedade". Pepe Mujica.

Belas imagens >> Exposição “Caminhos do Sertão” acontece hoje em Natal

Foto de Coletivo Oiá.
Nas programações do Coletivo Oiá sediado junto a Fundação Hélio Galvão, que além da feira tem atrações durante outros fins de semana, teremos mais um “Olhar Convergente”.

Proposta do evento é unir exposições de artes em geral, projeção de fotos ou filmes e boa música, o Coletivo Fixar se propõe a convidar autores da área áudio visual e fotografia para mostrar seus trabalhos, ensaios ou filmes e abrir para o debate com o público as experiências, vivências profissionais e conceituais - O convidado da desta edição será o fotógrafo Ney Douglas que falará sobre sua obra autoral e sobre a experiência no projeto “Caminhos do Sertão”.

A ideia é manter o evento todos os últimas sextas feiras do mês, fortalecendo o diálogo sobre a fotografia e produção áudio visual Norte Riograndense, somando a exposições da casa e boa música. 

O evento é uma excelente oportunidade para ver belas imagens e obras audiovisuais somadas ao conhecimento do processo mais íntimo de criação, debatendo, questionando e se inteirando do universo imagético que envolve os artistas da imagem.

Nesta edição será lançado a exposição Caminhos do Sertão de Ney Douglas no coletivo Oiá, em seguida será a vez da projeção e debate com o fotógrafo convidado, seguido da apresentação do músico Camilo Lemos, tocando chorinho no “Café Galvão choro e Jazz”.
Sobre o convidado para esta edição, o fotógrafo Ney Douglas:
Fotojornalista de 37 anos, mora em Natal/RN, especialista em fotos de rua. Atualmente trabalha como repórter fotográfico, tem 15 anos de atuação, já conquistou vários prêmios de fotografia, entre eles, uma menção honrosa no prêmio Vladimir Herzog – prêmio máximo do jornalismo brasileiro - e o BNB de Jornalismo, entre outros.

Com três exposições individuais e em várias exposições coletivas, como a que foi convidado a participar no prédio da anistia intencional em Londres/ Inglaterra, denominada “Manifes Action” com fotos que denunciam os crimes contras os direitos humanos no Brasil.

Ney Douglas vê em sua profissão a possibilidade de um dia realizar um de seus maiores sonhos profissionais: cobrir um conflito internacional. Vê no fotojornalismo muito mais que uma profissão. Para ele, a fotografia é um instrumento que pode ajudar muita gente assim como já o ajudou, abrindo os seus olhos para o mundo e moldando o seu caráter.

“O sertão não é para qualquer vivente, não é para qualquer sobrevivente, não é para qualquer pescador de ilusões. 

Nos #CaminhosdoSertão tem xique-xique que resiste à seca e fura o pé, tem as veredas que escondem caminhos para sítios e pequenas comunidades onde encontramos pessoas como o Sr. Tinga, um sertanejo forte que se apresenta como analfabeto mas que muito tem a ensinar sobre bondade, família e humanidade. Foi forjado na terra e queimado pelo sol quente do sertão, não perdeu seus princípios nem valores e tem a porta aberta para ajudar qualquer estradeiro.”

O fotógrafo percorreu 277km em 11 dias a pé no trajeto de Natal a Campo Grande, terra de suas raízes. Fotografou pelas suas lentes a luta pela vida, a violência do trânsito nas estradas que dizimam famílias, o vôo dos pássaros em contraste com animais que sucumbiram a fome e a sede da seca no sertão. Imagens de um sertão belo e triste.
Serviço:
Local: Fundação Hélio Galvão / Coletivo Oiá - Av. Campos Sales, 930, Tirol. Natal, RN
Horário: 18h as 21h
Data: 28/08/2015

FonteColetivo Oiá

‪#‎igualdadeRacial‬ >> O Brasil e sua diversidade cultura e religiosa

Para celebrar os 27 anos de sua criação, a Fundação Cultural Palmares(FCP).
Primeiro órgão federal criado para promover a preservação, proteção e disseminação da cultura negra no Brasil, a Fundação Cultural Palmares (FCP) completou, em agosto, 27 anos de sua criação.
Para celebrar a data, a autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) realizou, na quarta-feira (26/08), no Salão Negro do Palácio da Justiça, o lançamento do programa de gestão Diálogos Palmares: perspectivas e ações da política nacional para a cultura afro-brasileira.
O objetivo do programa Diálogos Palmares é ouvir as demandas da sociedade civil organizada, atualizar e implementar o Plano Setorial para a Cultura Afro-Brasileira, fortalecer o Plano Nacional de Cultura e o Colegiado Setorial de Cultura Afro-Brasileira e instalar o Fórum Nacional de Culturas Afro-Brasileiras.
“Não basta valorizar a contribuição cultural do povo negro para o Brasil, é preciso também criar instrumentos institucionais de combate ao racismo e à discriminação”, enfatizou o ministro da Cultura, Juca Ferreira.
O ministro destacou que tanto a Fundação Palmares quanto o Ministério da Cultura nasceram com a redemocratização do País. Para ele, esse fato não é coincidência.
“Ambos são exigências da democracia brasileira, são produtos da formação de uma mentalidade que tem a liberdade, a autodeterminação e a justiça social como ideais de uma sociedade plural como a nossa”, completou.
Na ocasião, foi assinado termo de cooperação entre os Ministérios da Educação (MEC), da Justiça (MJ) e das Comunicações (MiniCom), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom); os Correios; o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados); o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas); a Universidade de Brasília (UnB); o governo de Minas Gerais; e a prefeitura de Niterói (RJ).
Para o secretário de Assuntos Legislativos do MJ, Gabriel Sampaio, o momento foi de resgate histórico. “Estamos na casa da justiça e não se faz justiça sem reconhecer a história”, declarou.
Editais
Durante o evento, houve também a divulgação de dois editais em aberto da FCP. O Prêmio Oliveira Silveira irá premiar obras literárias em português do Brasil, do gênero romance, que tenham como tema a cultura afro-brasileira. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até as 17 horas do dia 28 de setembro. Serão contemplados cinco autores, um de cada região do País. Cada um deles receberá R$ 30 mil em prêmio e terá sua obra impressa. As obras inscritas deverão ter, no mínimo, 150 páginas e serem inéditas.
Já o prêmio Curtas Histórias selecionará até 12 projetos de prefeituras ou órgãos de cultura que sigam as diretrizes e critérios do Fundo Nacional de Cultura (FNC). É voltado aos municípios que já possuem Sistema, Conselho, Plano e Fundo Municipal de Cultura.

Agronegócio >> Brasil tem o pior cenário do mundo em relação aos agrotóxicos, adverte especialista

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Muitas vezes a intoxicação pode continuar se manifestando de forma silenciosa até o fim da vida, tendo como resultado, por exemplo, o aparecimento de um câncer”, alerta a toxicologista.

Quando o assunto é agrotóxico e saúde, a discussão tem de ser feita a partir da perspectiva da “prevenção para evitar que um dano à saúde se estabeleça”, diz Karen Friedrich à IHU On-Line. Além da prevenção, frisa, “seria importante incentivar iniciativas como o incentivo às práticas agroecológicas”, já que o Brasil é considerado o campeão de uso de agrotóxicos há sete anos.
Na entrevista a seguir, concedida por telefone, Karen explica que alguns fatores contribuem para que agrotóxicos já banidos em outros países continuem sendo utilizados nas lavouras brasileiras. Entre eles, ela menciona a forma como esses produtos são analisados no Brasil, individualmente, sem considerar que durante a aplicação nas lavouras há umuso combinado de vários tipos de agrotóxicos.
Além disso, destaca, a estrutura dos órgãos de vigilância e fiscalização é “precária”, o que impede o acompanhamento das populações expostas, para verificar quais são os riscos do contato com essas substâncias. “Outras ações importantes deveriam ser feitas a partir do Estado, para melhorar a capacitação dos médicos e profissionais da saúde, possibilitando o diagnóstico das pessoas contaminadas e, consequentemente, o tratamento, quando possível”, sugere.
Apesar da resistência brasileira em banir esses produtos, Karen informa que instituições nacionais, a exemplo doInstituto Nacional do Câncer – INCA, desenvolvem campanhas e parcerias com o Instituto Internacional de Pesquisa em Câncer - IARC da Organização Mundial da Saúde – OMS, que faz “avaliações e revisões sistemáticas sobre alguns agrotóxicos”.
“Os estudos feitos pelo IARC mostram que os agrotóxicos que usamos no Brasil apresentam enorme potencial de desenvolvimento de câncer em seres humanos. Dentre eles, o glifosato foi classificado como carcinógeno humano, assim como o malathion, que é muito usado também em campanhas de saúde pública [pulverizado em campanhas de combate ao mosquito da dengue], e o herbicida 2,4-D, que foi classificado como possível carcinógeno humano”, alerta.
Karen Friedrich possui graduação em Biomedicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, mestrado e doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz. Atualmente é servidora pública do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS da Fundação Oswaldo Cruz e professora assistente da UNIRIO.
Para Karen Friedrich, o Brasil tem o pior cenário mundial em relação aos agrotóxicos.
Hoje, 24-08-2015, às 9h, Karen ministrará a palestra “Uso combinado de Agrotóxicos e o impacto na saúde”, na abertura do Seminário Agrotóxicos: Impactos na Saúde e no Ambiente, que acontece na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU, na Unisinos. A programação completa da atividade está disponível aqui. Na oportunidade também será lançado o Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde.
Que discussão é importante ser feita quando se trata da relação entre agrotóxicos e saúde?
Da ótica da saúde, sempre temos de trabalhar com a prevenção para evitar que um dano à saúde se estabeleça. Só que a estrutura dos órgãos de vigilância e fiscalização das populações expostas é precária, e por isso temos poucas iniciativas bem-sucedidas que trabalham com a prevenção e com a promoção da saúde no que se refere aos agrotóxicos.
Então, o ideal é que sempre se evite o uso de agrotóxicos, porque deste modo estamos protegendo a população trabalhadora do campo, aqueles que residem no campo e aqueles que consomem alimentos que foram produzidos com agrotóxicos. Portanto, no caso da prevenção, essa deveria ser a medida principal.
Na questão da promoção da saúde, seria importante incentivar iniciativas como o incentivo às práticas agroecológicas, para buscar a produção de alimentos sem o uso de venenos e visando também uma lógica de justiça ambiental e social nos sistemas produtivos. Nesse sentido, a reforma agrária é uma política importante que deve ser fortalecida no país, pois desse modo restringiremos modelos de produção dependentes do uso de agrotóxicos.
A outra vertente, que diz respeito ao tratamento daqueles que já estão intoxicados e que foram expostos ao agrotóxico, deveria se voltar às ações para fortalecer os centros de notificação de agrotóxicos, para poder mapear os locais onde existem maiores casos ou maior propensão ao aparecimento de casos de intoxicação. Por isso, é importante fortalecer as estruturas de vigilância.
Nesse sentido, outras ações importantes deveriam ser feitas a partir do Estado, para melhorar a capacitação dos médicos e profissionais da saúde, possibilitando o diagnóstico das pessoas contaminadas e, consequentemente, o tratamento, quando possível. Sabemos que, independentemente do tipo de intoxicação que ocorre, o tratamento é apenas sintomático, e dificilmente se reverte uma intoxicação, porque são poucos os agrotóxicos que têm “antídotos”. Muitas vezes esses danos podem continuar se manifestando de forma silenciosa até o fim da vida, tendo como resultado, por exemplo, o aparecimento de um câncer ou um dano hepático renal bastante grave.
Qual é a relação entre o consumo de agrotóxicos e as causas de câncer?
Estudos experimentais científicos tanto com animais de laboratório como com populações expostas, realizados em outros países, mostram uma relação clara entre o uso de agrotóxicos e o aparecimento de câncer. Instituições que têm conhecimento na área de pesquisa de câncer, como o Instituto Internacional de Pesquisa em Câncer - IARC da Organização Mundial da Saúde – OMS, fizeram avaliações e revisões sistemáticas sobre alguns agrotóxicos, e esses estudos mostram que os agrotóxicos que usamos no Brasil apresentam enorme potencial de desenvolvimento de câncer em seres humanos.
Dentre eles, o glifosato foi classificado como carcinógeno humano, assim como o malathion, que é muito usado também em campanhas de saúde pública [pulverizado em campanhas de combate ao mosquito da dengue], e o herbicida 2,4-D, que foi classificado como possível carcinógeno humano. Portanto, temos estudos científicos de organismos internacionais e nacionais, como oInstituto Nacional do Câncer – INCA, que estão se posicionando quanto ao risco do uso dos agrotóxicos desenvolverem câncer.
Como o agrotóxico ainda é permitido, mesmo depois do resultado dessas pesquisas?
Quando se registra um produto, se coloca a questão de por que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa permite que se use agrotóxicos que causam câncer. Na verdade, quando a Anvisa libera o registro de um agrotóxico, ela faz essa avaliação a partir dos estudos que são apresentados pelas empresas. Então, são estudos experimentais, bem conduzidos, os quais acreditamos serem idôneos, mas que têm suas limitações.
A primeira limitação é que eles expõem um único agrotóxico naquele estudo, enquanto no dia a dia o ser humano é exposto a uma mistura de vários agrotóxicos. Por isso os estudos epidemiológicos, que têm sido realizados nos Estado Unidos e Canadá, estão apontando a associação entre agrotóxicos e câncer, porque eles estão estudando o agrotóxico na sua realidade de uso, que considera justamente uma mistura de agrotóxicos.
Além do câncer, que outros impactos o uso e a exposição aos agrotóxicos causam à saúde?
Existem aqueles efeitos mais imediatos, que podem ocorrer logo após a exposição. Então, em geral o trabalhador do campo, que está mais exposto ao produto, faz relatos frequentes de intoxicações agudas, que causam dor de cabeça, vômitos, diarreia e até o óbito. Além disso, existem os efeitos mais tardios, que são o câncer, alterações hormonais, alterações reprodutivas, que são relacionadas, cientificamente, ao uso de agrotóxicos.
Como o Dossiê da Abrasco está repercutindo entre os setores de saúde e vigilância sanitária no país? Como essa discussão acerca da relação entre consumo de agrotóxico e implicações à saúde tem sido discutida no país?
O Dossiê foi lançado no final do mês de abril, e várias instituições, como o Ministério Público e Fóruns Estaduais, têm demandado da Abrasco o lançamento e a divulgação do Dossiê. Para nós, essa tem sido uma surpresa, especialmente quando percebemos que pessoas que trabalham com a área da saúde ou que são representantes do Estado têm poucas informações sobre os danos dos agrotóxicos.
Então, o Dossiê traz, de um lado, alguns estudos científicos para contribuir com informações para essas pessoas que trabalham na área da saúde, ressaltando que esses estudos não estão esgotados, porque existem mais estudos apontando os prejuízos dos agrotóxicos. Essas informações podem ser úteis para que os órgãos do Estado tomem ações não só em nível federal, mas também os municípios e os estados possam tomar ações para coibir alguns agrotóxicos em seus territórios.
De outro lado, o Dossiê também traz uma discussão sobre a fragilidade do processo de registro dos agrotóxicos no Brasil e em outros países, apresentando dados de contaminação por agrotóxicos na água, na água da chuva, no leite materno — muitas pessoas não têm conhecimento disso, porque, às vezes, essas informações estão publicadas apenas em artigos científicos. Além disso, o Dossiê também traz uma abordagem muito interessante sobre os territórios que estão suscetíveis aos danos dos agrotóxicos, e aí há depoimentos de pessoas que falam sobre os impactos que elas têm sentido e identificado.
Como o debate sobre o uso de agrotóxico na agricultura e os riscos à saúde tem sido feito em outros locais do mundo?
O Brasil é o maior consumidor mundial e tem uma grande fragilidade regulatória em relação aos agrotóxicos. Por isso sabemos que há fragilidade nos laboratórios analíticos, fragilidade em relação ao número de pessoas que trabalham nos órgãos de Estado para darem conta do volume de trabalho. De fato, a situação do Brasil é a pior no cenário internacional em relação ao uso de agrotóxicos. Mas, ainda assim, em outros países existem organizações, até análogas à campanha permanente contra os agrotóxicos, e existem organizações e grupos de pesquisadores que têm se posicionado contra alguns agrotóxicos como, por exemplo, oglifosato, que apresenta riscos à saúde.
Alguns agrotóxicos já foram proibidos em vários países, mas ainda são comercializados no Brasil. Esse é um fato importante, porque mostra que as autoridades regulatórias internacionais já reconheceram os danos à saúde e proibiram o uso dessas substâncias, enquanto nós continuamos usando esses agrotóxicos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Em Natal >> O Senado Federal realiza nesta sexta-feira (28) Audiência Pública da CPI do Assassinato de Jovens


O Senado Federal realiza nesta sexta-feira (28), a partir das 13h, na Assembleia Legislativa do RN, em Natal, audiência pública da CPI do Assassinato de Jovens para debater as políticas públicas de combate à violência contra jovens no RN.

Presença do relator, senador Lindberg Farias (PT/RJ).
Proposição: senadora Fátima Bezerra (PT/RN).

Audiência será realizada em caráter interativo, com a possibilidade de participação popular. Por isso, as pessoas que tenham interesse em participar, com comentários ou perguntas, podem fazê-lo por meio do Portal e-Cidadania, no endereço www.senado.leg.br/ecidadania, e do Alô Senado, através do número 0800 61 22 11

O Mapa da Violência 2015 revela dados assustadores sobre a mortalidade juvenil provocada por homicídios no Brasil, num fenômeno que já vem sendo caracterizado como um verdadeiro extermínio da juventude. 

Os números impressionam quando comparados aos índices de homicídios de países envolvidos em conflitos armados no mundo, como Iraque e Afeganistão.

Os dados pesquisados confirmam que os homicídios atingem principalmente uma juventude que tem cor e classe social específicas, ou seja, a juventude pobre e negra.

No Rio Grande do Norte, segundo o Mapa, o número de mortes por arma de fogo na população jovem mais que triplicou na última década, saltando de 166 (em 2002) para 588 (em 2012). 

Trata-se de uma epidemia fatal que atinge todo o território brasileiro e, como tal, necessita ser tratada como um problema de Estado, a ser solucionado com políticas públicas capazes de transformar trajetórias de morte em trajetórias de vida plena.

Projeto de isenção de imposto de renda para professores será votado no final de agosto

CNTE comemora 25 anos de luta unificada

Foi agendada para o dia 26, a votação do Projeto de Lei 2.607/ 2011, de autoria do deputado federal Felipe Bornier (PSD/RJ), que concede isenção do Imposto de Renda sobre remuneração de professores, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. 
Os beneficiários serão profissionais da rede pública de educação infantil, fundamental, média e superior. “Minha iniciativa tem como principal objetivo valorizar professores e dar tratamento condigno a esses profissionais diretamente responsáveis pelo crescimento do nosso país”, enfatizou Felipe Bornier.
De acordo com o substitutivo apresentado, para compensar perdas de arrecadação para estados e municípios, foi prevista duplicação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das entidades financeiras, dos atuais 15% para 30%.
Segundo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o impacto orçamentário mais relevante estaria na isenção dada aos professores ativos do ensino superior do setor público, cujos gastos com pessoal em 2013 atingiram 62,9% dos gastos da União, Estados e Municípios.
A matéria tem sido questionada por deputados membros da Comissão que apresentam resistência à aprovação. 

Lajes confirma presença na etapa estadual da Conferência Estadual de Juventude

Entre os meses de agosto e setembro a juventude potiguar se encontrará para debater o tema “As Várias Formas de Mudar o Rio Grande do Norte” durante as Conferências Territoriais de Juventude, como parte do processo da 3ª Conferência Estadual de Juventude do RN.

As Conferências pretendem reunir jovens, de 15 a 29 anos, vindos da zona rural e urbana, nos Territórios do: Mato Grande, Trairí, Agreste Litoral Sul, Potengi, Seridó, Açú-Mossoró, Sertão Central Cabugi Litoral Norte, Sertão do Apodi e Alto Oeste Potiguar

Jovens estudantes, trabalhadoras/es, agentes culturais, participantes de grupos/organizações, de todas as tribos que compõe a diversidade da juventude de potiguar espera estar representada e ocupando todos os espaços das Conferências, desde os grupos de trabalho às intervenções na plenária.

As 9 Conferências Territoriais pretendem fortalecer o debate sobre políticas de juventude em cada região do Estado, além de abrir canal para construir uma relação entre o Governo do Estado/Prefeituras e a sociedade civil para uma atualização da agenda da juventude para o desenvolvimento do RN e do Brasil, reconhecendo e potencializando as múltiplas formas de expressão juvenil, além de fortalecer o combate a todas as formas de preconceito. As propostas e resoluções da etapa territorial e estadual servirão de subsídio para a elaboração do Plano Estadual de Juventude.

Conferência Territorial de Juventude do Sertão Central Cabugi Litoral Norte 

Foto de Reniey Cavalcante.
Foto: Facebook Reniey Cavalcante 

A Primeira Conferência Territorial da Juventude, cujo tema era: As várias formas de mudar o Brasil, onde houve a participação de jovens de vários municípios, sendo entre eles: Macau, Guamaré, Angicos, Lajes, Fernando Pedrosa, Pedra Preta, Afonso Bezerra e Pedro Avelino. 

Lajes mais uma vez se destaca, elegemos um delegado para a  etapa Estadual. 

Cuidado >> Governo peruano propõe parque nos Andes para proteger a nascente do rio Amazonas

Guardadores das águas, homens da comunidade cuja missão espiritual é proteger as muitas fontes alimentadas pelos glaciares da região de Arequipa - Foto: Roberto Linsker

No vale do Colca peruano, a mineração e o rápido e anormal degelo dos glaciares andinos podem macular o berço onde brotam as águas do maior rio do mundo

Vale do colca, província de Arequipa, lado sudoeste do território peruano. Ali, aos pés do adormecido Misti, vulcão com quase 6 mil metros de altitude, pequenos veios d’água brotam do chão provenientes do degelo das geleiras da cordilheira andina, facilmente avistadas ao longe. Poucas centenas de metros depois, se transformam em generosos regatos. Eles dão origem ao maior rio do planeta, o Amazonas, a 5 180 metros acima do nível do mar.

Na região – de longos vales abismais a formar cânions com mais de 3,5 mil metros de altura, onde reinam os condores –, vivem populações de descendentes de povos pré-incas. Para eles, toda essa água limpa e abundante é uma dádiva. A maioria dessas pessoas sobrevive da agricultura familiar de batatas, milho e hortaliças. Também pastoreiam alpacas e lhamas, no alto das montanhas, além de ovelhas e vacas na planície à beira do rio Colca. Em agradecimento ao líquido precioso, frequentemente fazem oferendas a Pachamama, divindade máxima dos Andes peruanos, relacionada à terra e à fertilidade.

Mas há na região uma forte e corrosiva atividade de mineração de ouro e prata. Eis aí um dos perigos a comprometer a integridade da cabeceira do rio Amazonas e a qualidade e a quantidade das águas abençoadas dos nativos. A ávida procura por metais preciosos, feita sem controle ambiental, pode causar o assoreamento e a contaminação dos cursos d’água. Estradas vêm sendo abertas para escoar a produção.

Outra ameaça, ainda mais assustadora, é o rápido e anormal degelo dos glaciares peruanos. O fenômeno é estudado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Eles creditam o derretimento das geleiras como consequência direta das mudanças climáticas em andamento nas últimas décadas.

Tal cenário deixa no ar uma pergunta crucial: quais seriam os efeitos decorrentes de um desastre ecológico anunciado na região do vale do Colca para a integridade das águas do rio que abastece boa parte do território brasileiro, irriga e mantém viva e em equilíbrio a maior floresta tropical do mundo?

Áreas de proteção

Ainda não existem respostas concretas. O Ministério do Meio Ambiente do Peru, contudo, já considera a possibilidade de criação de uma reserva de proteção ambiental na região onde nasce o Amazonas, a fim de afastar os riscos da mineração desenfreada. A ideia foi sugerida ao governo peruano pela organização não governamental brasileira Fundação Amazonas Sustentável (FAS). Prontamente recebeu sinal positivo das autoridades do país vizinho. “Em uma primeira etapa a intenção é demarcar e proteger 15 mil hectares ao redor das vertentes formadoras do Amazonas. Mais tarde esse território deverá ser expandido”, diz o superintendente da FAS, Virgílio Viana.

Uma zona reservada acaba de ser estabelecida para proteger o nascedouro do Amazonas. Ela resguardará o lugar até que uma reserva ambiental seja implantada. A área de proteção a ser criada protege as águas do rio Apurimac, nas proximidades do nevado Mismi, hoje considerado o principal formador do Amazonas. No entanto, nem sempre o Apurimac foi tido como a fonte primária do extenso rio que atravessa o Norte do Brasil. As dúvidas sobre o local exato onde o Amazonas nasce são antigas. Perde-se a conta de quantas expedições foram organizadas em direção à região de Arequipa com essa finalidade. Até porque não existe apenas uma única nascente que dá origem e torna caudaloso o Amazonas. Há, sim, uma rede de pequenos córregos tributários, todos eles em território peruano.

Um rio com muitas nascentes

A polêmica sobre a nascente do Amazonas se estende por séculos, desde os tempos da colonização europeia no continente sul-americano. Em 1691, Samuel Fritz, um missionário jesuíta checo a serviço da Espanha, mapeou pela primeira vez o rio até sua foz. Fritz assinalou a nascente do rio Marañón, ao norte do Peru, como sua origem.

Oficialmente, o Marañón permaneceu até o século 20 como sendo a principal nascente do Amazonas. Somente em 1971 uma expedição organizada pela National Geographic Society, sob a liderança do capitão aposentado da Marinha dos Estados Unidos Loren McIntyre, determinou o Apurimac, localizado nas proximidades do nevado Mismi, como o principal rio que dá vida ao Amazonas.

Loren McIntyre descobriu que o Apurimac é alimentado por uma lagoa de poucos metros de diâmetro de águas límpidas que descem suaves dos Andes, à beira do Mismi. O charco desbravado pela equipe da National Geographic Society ficou conhecido, desde então, como laguna McIntyre. É considerada a fonte mais distante do rio Amazonas em relação à sua foz.

McIntyre não logrou tal proeza ao acaso. Morto em 2003 aos 86 anos, era um pioneiro do fotojornalismo e um desbravador nato de novos rincões na América do Sul. Assim, acabou se apaixonando pelo Brasil, especialmente pela Amazônia e suas populações nativas. Aprendeu a falar português fluentemente, fez inúmeras incursões à floresta tropical brasileira, conheceu e registrou em imagens tribos indígenas – publicadas em diversas revistas, inclusive National Geographic – e deixou muitos amigos.

Depois de McIntyre, a mais recente empreitada em busca de onde o Amazonas começa foi realizada em maio de 2007 por brasileiros e peruanos. Conhecida como Expedição Científica Brasileira e Peruana à Nascente do Amazonas, teve a participação de pesquisadores brasileiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Agência Nacional de Águas (ANA), além de cientistas do Instituto Geográfico Nacional (IGN) do Peru e de um grupo de jornalistas.

A expedição reiterou os apontamentos da National Geographic Society. Oficialmente, o Apurimac e o Ene, o Tambo, o Ucayali (no lado peruano), o Solimões e o Amazonas (em terras brasileiras) formam um só rio, com 6 991 quilômetros. Um estudo do Inpe comparando a extensão do Amazonas e do Nilo, no Egito, confirmou: o rio que nasce no Peru, corre por todo o Norte do Brasil e deságua no Atlântico é mesmo o maior curso d’água do planeta.

A ameaça da mudança climática

Se é possível enxotar definitivamente o fantasma da mineração com a criação de uma área de conservação ambiental para o berço do Amazonas, o espectro do derretimento dos glaciares parece impossível de ser afastado. Estudos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul dão conta de que da Patagônia à Venezuela, a maior parte das geleiras dos Andes está derretendo rapidamente nas últimas décadas. Pior: os cientistas consideram o fenômeno uma catástrofe irremediável que pode exterminar para sempre esses milenares reservatórios naturais de água doce.

“A maioria das geleiras dos trópicos está no Peru, 71% do total, basicamente na cordilheira Branca. Aproximadamente 200 quilômetros quadrados do gelo dessas montanhas foram perdidos entre 1980 e 2006. É um decréscimo ao redor de 26% desde 1980”, revela o glaciologista Jefferson Cardia Simões, professor de geografia polar e glaciologia da UFRS. “Interessante notar que as geleiras peruanas avançavam até 1870. Depois começaram a definhar. Nos últimos 40 anos a retração aumentou substancialmente.”

A velocidade com a qual os glaciares peruanos estão encolhendo foi detectada por Simões e sua equipe. “Existem estudos que chamamos de balanço de massa. Eles determinam quanto uma geleira perde ou ganha de gelo por ano. Nos Andes peruanos essa perda já era 0,2 metro em equivalente de água por ano, entre 1964 e 1975. Atualmente, está em cerca de 0,76 metro.”

As consequências do déficit de gelo trará problemas imediatos e em um futuro próximo: “Em uma primeira fase poderá haver deslizamentos e enchentes. Em seguida, a diminuição considerável da disponibilidade dos recursos hídricos será inevitável”. Simões lembra que os danos à economia do Peru serão evidentes. “O rápido degelo deve afetar os recursos energéticos, que em grande parte são de origem hídrica e fortemente controlados pelas águas do degelo. A agropecuária e o abastecimento de água também sofrerão prejuízos.”

Hoje se sabe que o rápido derretimento dos glaciares andinos é resultado das ações humanas. “Certamente o fenômeno é atribuído às mudanças climáticas, inclusive o aquecimento atmosférico da região. A grande certeza é que o processo vem se acelerando nos últimos 40 anos. Não há como revertê-lo. Evidentemente, se a atmosfera terrestre esfriar, as geleiras dos Andes, assim como as de outras regiões do continente sul-americano, podem se expandir”, explica o professor Jefferson Simões.

No entanto, o glaciologista da UFRS alerta: “É bom lembrar que todos os cenários previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostram que teremos um aquecimento global de, no mínimo, 2 °C até 2100, independentemente de reduzirmos as emissões de gases de efeito estufa”. O que é possível fazer de imediato, de acordo com Simões, é aumentar o poder de resiliência das populações direta e indiretamente afetadas pelo degelo dos glaciares.

Para a bacia do rio Amazonas, não há conhecimento concreto sobre os efeitos do desvanecimento prematuro dos Andes. Existem apenas especulações em torno do que possa acontecer com o rio, seus afluentes e ecossistemas, visto que as águas provenientes dos glaciares andinos levam à região amazônica uma boa quantidade de sedimentos que são verdadeiros fertilizantes de vida. “A porção oeste da Amazônia está muito próxima da massa de gelo dos Andes. Esses sedimentos irão diminuir consideravelmente”, avalia Simões. Em contrapartida “é a bacia amazônica quem fornece água para as geleiras de grande parte da cordilheira boliviana e peruana, na forma de neve, e não o contrário. Então, todo o ciclo climatológico fica comprometido”, conclui.

Não bastassem as ameaças ao Amazonas, recentemente cogitou-se levar água do rio para outras regiões brasileiras, com a intenção de abrandar a crise hídrica que assola vários estados. Para viabilizar esse abastecimento, disse o representante do Serviço Geológico do Brasil, Marco Antonio Oliveira, seria preciso tocar grandes obras de engenharia. “É um assunto polêmico. Mas temos que debater esse tema porque a bacia amazônica concentra mais de 90% da água doce do Brasil.”

A sugestão do Serviço Geológico do Brasil caiu como uma bomba entre os ambientalistas. O arquiteto e mestre em engenharia civil e urbana Renato Tagnin, autor do livro Administrando a Água Como Se Fosse Importante, com Ladislau Dowbor, dispara contra a insólita ideia: “Nossa crise hídrica não é causada pela falta de obras, mas pelo excesso delas”.

A saída para eliminar o risco iminente de falta de água, segundo Tagnin, não é erguer mais obras faraônicas, mas preservar nascentes, reflorestar, recriar corredores ecológicos. “A biodiversidade tem bilhões de organismos trabalhando para manter a vida em simbiose. A humanidade precisa dar um fim na sua própria arrogância e aprender com os mais velhos. No caso, a natureza.”