segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Sociedade >> Parlamentares repudiam atos pela volta da ditadura

A senadora Ana Rita fala na Câmara dos Deputados em evento pela democracia Foto: Marcos Oliveira
O encerramento do Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade, ocorrido quinta-feira na Câmara dos Deputados, transformou-se num ato de repúdio a grupos que pedem a volta do regime militar. Senadores e deputados das Comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado criticaram os que defendem a volta do período que, segundo a Comissão Nacional da Verdade, foi responsável por ao menos 434 mortes.
 
— É muito importante trazer à tona a memória e a verdade — disse Ana Rita (PT-ES), presidente da CDH do Senado.

O deputado Assis do Couto (PT-PR), presidente da CDH da Câmara, concordou:
— Vemos pessoas se manifestando pela volta da ditadura por ignorância do processo histórico, dos valores da democracia e do pluralismo.

O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), manifestou solidariedade à deputada Maria do Rosário (PT-RS). Na terça, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse que só não estupraria a colega porque ela “não merece”. Segundo Vicentinho, a atitude demonstra como os direitos humanos são diariamente violados.
Na quarta-feira, a CDH do Senado decidiu encaminhar representação contra Bolsonaro.

No evento, foram lançados os livros Um Homem Torturado: nos passos de frei Tito de Alencar, de Leneide Duarte-Plon e Clarisse Meireles, e O Brado Retumbante, do jornalista Paulo Markun. O primeiro narra a trajetória de frei Tito, que morreu em 1974, em consequência de torturas. O segundo trata do período que vai do golpe militar à retomada da democracia.

— Na democracia, você não é preso se pedir a volta da ditadura, mas, na ditadura, você é preso se pedir democracia — disse Markun.

O evento foi pedido pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP) e contou com o apoio da CDH do Senado.

Fonte: Jornal do Senado

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